As Quatro Estações

Publicado em 22/10/2025

← Voltar para o início

A primavera é a ausência de responsabilidade.

Diversão sem peso, dias sem experiência.

É o começo — doce enquanto dura,

mas com um gosto que fica amargo depois.

Não por culpa dela,

mas pela sensação de que faltou algo a ser feito.

O verão é o sol que castiga, mas também ilumina.

A noite vira dia — tudo é mais claro, mais verde,

os frutos começam a crescer.

O contraste com a primavera pode ser brutal:

o peso do mundo recai de uma vez.

Mas ainda dá para aguentar.

O outono é quando as folhas começam a cair.

O cansaço muda — não é mais o cansaço de um dia ruim,

mas de quem já carregou muito.

As árvores hibernam. O tempo esfria.

É a hora dos ajustes,

da preparação para o que vem.

O inverno é o descanso.

Não se faz muita coisa — apenas se aproveita

o trabalho feito no verão.

As folhas já caíram. O frio chegou de vez.

É a estação de colher o que foi plantado,

não em frutos, mas em tempo.

Tempo para simplesmente estar.