A primavera é a ausência de responsabilidade.
Diversão sem peso, dias sem experiência.
É o começo — doce enquanto dura,
mas com um gosto que fica amargo depois.
Não por culpa dela,
mas pela sensação de que faltou algo a ser feito.
O verão é o sol que castiga, mas também ilumina.
A noite vira dia — tudo é mais claro, mais verde,
os frutos começam a crescer.
O contraste com a primavera pode ser brutal:
o peso do mundo recai de uma vez.
Mas ainda dá para aguentar.
O outono é quando as folhas começam a cair.
O cansaço muda — não é mais o cansaço de um dia ruim,
mas de quem já carregou muito.
As árvores hibernam. O tempo esfria.
É a hora dos ajustes,
da preparação para o que vem.
O inverno é o descanso.
Não se faz muita coisa — apenas se aproveita
o trabalho feito no verão.
As folhas já caíram. O frio chegou de vez.
É a estação de colher o que foi plantado,
não em frutos, mas em tempo.
Tempo para simplesmente estar.